LÁ E DE VOLTA OUTRA VEZ...





E lá vamos nós encarar uma campanha de financiamento coletivo outra vez…  Sim, cansa. Muito! Pensei umas 1.000 vezes em fazer de novo…  a briga que vou arrumar com minha digníssima esposa, a parte de ser chato e ficar pedindo ajuda até pra atendente da padaria, arrumar lugar onde não tem pra guardar caixas de Gibi (da última vez as caixas viraram móveis na minha sala :( , sério.), mas no final compensa. 


Oficialmente é minha quarta campanha, cada uma com um aprendizado diferente.



A primeira foi em 2014, Hurulla vol.1 fiz em parceria com a Editora Devaneio (valeu um post só pra isso como cheguei até ela), que na verdade era só um cara, que virou meu brother depois, o Gabriel Billy (saudades, man), um figuraça sonhador que sem ele nada teria acontecido. A HQ já estava praticamente pronta, e o Catarse estava explodindo naquela época. O Gabriel já estava bancando outros três lançamentos com a Devaneio, e não quis mais esse peso na conta dele, decidimos fazer a campanha, que só por estar na plataforma já tinha uma baita exposição. Pau na máquina e começamos. Não tinha Instagram na época, só o Facebook. E ainda existia alcance orgânico, então os grupos e o pessoal compartilhando ajudaram muito. Conseguimos raspando! 


De resto foi um Caos. Não calculei nada direito, acabei colocando do meu próprio bolso pra completar a campanha, mas no final deu tudo certo. Entregamos tudo e fomos correr uma cacetada de eventos.




Caos, essa é a palavra que define essa campanha. Em 2015, quando eu apareci no cenário, acabei conhecendo vários artistas e alguns que eu admirava muito me convidaram pra trabalhar com eles, tava empolgadaço! Não estava nos meus planos fazer outra edição do Hurulla, eu encarava que era meio que um portfólio na época e só. Mas não chegava nada de trabalho, e muita gente me pedia novas histórias, daí resolvi produzir um volume 2 e que essa eu faria de forma tradicional, e como me arrependo disso, rs.


Vendo hoje, a sucessão de erros primários, me dói. Mas serve de aprendizado. Eu lancei a campanha e bem no começo apareceu um freela grande, e acreditava que pela última campanha ter dado certo, essa seria mais fácil. Doce ilusão. Meio que fui levando com a barriga e quando deu um mês não tinha nem 10% da meta. Fui desesperado correr atrás, mas faltando pouco mais de 5 dias pra acabar, só atingi 80%. Aí tive que pegar um trabalho grande de Quadrinhos pra injetar na campanha, fui orgulhoso. Devia ter deixado quieto e tentar de novo em outra oportunidade. Bateu a meta, viva! Mas meu maior erro foi não ter nem 40% da revista pronta, e então o que não podia acontecer, aconteceu. Eu fiquei doente, cólica renal, e ficar doente sem plano de saúde foi desesperador. Fiquei fora do ar por um tempo, e veio uma sequência de entra e sai de hospital. Logo eu, que me gabava por nunca ter ficado mais de 3 horas num hospital. Apendicite, paralisia facial, nascimento de filho e a crise de 2014. Tudo o que eu havia orçado para a campanha, aumentou o preço, papel, correio, fita adesiva… tudo. Como eu disse acima, um Caos!


Os apoiadores foram os melhores, entenderam a situação e aos trancos e barrancos fui entregando tudo. E tinha prometido pra mim mesmo que nunca mais faria de novo.


O mundo dá voltas, e em 2021 tentei outra campanha, e a estratégia se mostrou um fracasso e dei com os burros n’água. É claro que bateu um desânimo, você passa a refletir sobre tudo. Fiz um balanço sobre o que poderia tirar proveito disso, e lá vamos nós outra vez. Espero que dê certo dessa vez. Mas se não der eu tento de novo, e de novo…



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